A Solidão do Professor
Ao
mestre com carinho!
Bonito isso, fácil falar, difícil de entender
a solidão do mestre na frente de seus pupilos. Paremos para pensar, enquanto os
ensinamentos são propagados pelo professor no púlpito sacro da hermética sabedoria
cerebral, estamos todos em um conjunto pessoal, mas ao mesmo tempo, separados
por uma parede invisível de ondas cerebrais interagindo entre si, nem sempre na
mesma intensidade e frequência que o professor imagina ou crê que está ao
repassar informações.
Conforme
nos ensina Nietzsche:
"A
pouco e pouco vou vendo claro o defeito mais generalizado de nossa maneira
corrente de educar e ensinar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina a
suportar a solidão.
Há, em primeiro lugar, pensadores superficiais;
em segundo lugar, pensadores profundos, desses que penetram nas profundidades
de uma coisa; em terceiro lugar, pensadores fundamentais, que querem descer até
o fundo de uma coisa, os quais tem mais valor do que aquele que desce somente
até a sua profundidade. Enfim, há pensadores que submergem a cabeça na lama: o
que não deveria ser nem sinal de profundidade nem de exatidão! Esses são
os escavadores do subsolo.” (Nietzsche, Friedrich, Aurora, Ed.Vozes,2008, ISBN
987-85-326-3615-7)
Imagino e só de fazê-lo já o sofro, a
ansiedade que domina internamente o mestre solitário em frente aos seus pupilos
tentando transmitir conhecimento e sabedoria, ensinando a pensar esses seres
humanos imperfeitos em sua natureza; em que se transformarão com meus ensinamentos?
Estarei Eu como educador e formador de pessoas conseguindo penetrar no âmago do
discernimento desses pupilos? Meus ensinamentos o conduzirão a um futuro
brilhante ou medíocre? Sou Eu responsável da formação ética e moral desses
seres? A minha responsabilidade do educar me leva diretamente à
responsabilidade social do bem estar comum? Ansiedade sem fim, esse é o tributo
pago pela solidão do professor.
Nós que tivemos a oportunidade e a graça de
sermos alunos nunca paramos para pensar na solidão do professor em classe,
somos por natureza egoístas, mas com esses profissionais o somos em demasia.
Alguém já disse um obrigado ao professor ao encerrar uma aula? Quando
encontramos velhos mestres que nos auxiliaram a pensar e crescer na vida, os
agradecemos? Levamos aos mestres realmente carinho? Dificilmente alguém o fez e
se isso ocorreu foram poucos que tiveram a coragem e humildade de agradecer ao
professor. Alunos fomos e continuamos sendo, portanto, nunca é tarde para
dizer, obrigado professor pelo que representou em minha existência e desculpas
por não ter entendido a sua solidão enquanto transmitia conhecimentos,
sabedoria e ensinava a pensar bem.
Salve
seu dia professor, pois se não fosse essa data talvez essa minha reflexão sobre
essa indispensável profissão nunca ocorresse, obrigado de mente e coração a
todos que contribuíram na minha formação, não ouso aqui nomeá-los pois muitos o
foram, portanto para homenageá-los vou citar os professores com quem convivo e
muito admiro, assim os citando estarei homenageando a todos que foram meus
mestres.
Que bom que vocês escolheram essa profissão,
ao Mestre com carinho:
Professora
Maria Ângela Ossoski
Professor
Vitor Hugo Ossoski (Cebolão)
Professor
Edmar Lippmann (Charutinho)
Professora
Ruth Lippmann
Professor
Luiz Augusto Kleinmayer (Guto)
Professor
Rodrigo Xavier (Bolinha)
Professor
Lucio Rodriguez
Professor
Guilherme Almeida (Guima)
Professor
Wagner Luiz de Menezes
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