quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A Solidão do Professor

Ao mestre com carinho!
 Bonito isso, fácil falar, difícil de entender a solidão do mestre na frente de seus pupilos. Paremos para pensar, enquanto os ensinamentos são propagados pelo professor no púlpito sacro da hermética sabedoria cerebral, estamos todos em um conjunto pessoal, mas ao mesmo tempo, separados por uma parede invisível de ondas cerebrais interagindo entre si, nem sempre na mesma intensidade e frequência que o professor imagina ou crê que está ao repassar informações.

Conforme nos ensina Nietzsche:
"A pouco e pouco vou vendo claro o defeito mais generalizado de nossa maneira corrente de educar e ensinar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina a suportar a solidão.
 Há, em primeiro lugar, pensadores superficiais; em segundo lugar, pensadores profundos, desses que penetram nas profundidades de uma coisa; em terceiro lugar, pensadores fundamentais, que querem descer até o fundo de uma coisa, os quais tem mais valor do que aquele que desce somente até a sua profundidade. Enfim, há pensadores que submergem a cabeça na lama: o que não deveria ser nem sinal de profundidade nem de exatidão! Esses são os escavadores do subsolo.” (Nietzsche, Friedrich, Aurora, Ed.Vozes,2008, ISBN 987-85-326-3615-7)

 Imagino e só de fazê-lo já o sofro, a ansiedade que domina internamente o mestre solitário em frente aos seus pupilos tentando transmitir conhecimento e sabedoria, ensinando a pensar esses seres humanos imperfeitos em sua natureza; em que se transformarão com meus ensinamentos? Estarei Eu como educador e formador de pessoas conseguindo penetrar no âmago do discernimento desses pupilos? Meus ensinamentos o conduzirão a um futuro brilhante ou medíocre? Sou Eu responsável da formação ética e moral desses seres? A minha responsabilidade do educar me leva diretamente à responsabilidade social do bem estar comum? Ansiedade sem fim, esse é o tributo pago pela solidão do professor.

 Nós que tivemos a oportunidade e a graça de sermos alunos nunca paramos para pensar na solidão do professor em classe, somos por natureza egoístas, mas com esses profissionais o somos em demasia. Alguém já disse um obrigado ao professor ao encerrar uma aula? Quando encontramos velhos mestres que nos auxiliaram a pensar e crescer na vida, os agradecemos? Levamos aos mestres realmente carinho? Dificilmente alguém o fez e se isso ocorreu foram poucos que tiveram a coragem e humildade de agradecer ao professor. Alunos fomos e continuamos sendo, portanto, nunca é tarde para dizer, obrigado professor pelo que representou em minha existência e desculpas por não ter entendido a sua solidão enquanto transmitia conhecimentos, sabedoria e ensinava a pensar bem.



Salve seu dia professor, pois se não fosse essa data talvez essa minha reflexão sobre essa indispensável profissão nunca ocorresse, obrigado de mente e coração a todos que contribuíram na minha formação, não ouso aqui nomeá-los pois muitos o foram, portanto para homenageá-los vou citar os professores com quem convivo e muito admiro, assim os citando estarei homenageando a todos que foram meus mestres.
 Que bom que vocês escolheram essa profissão, ao Mestre com carinho:
Professora Maria Ângela Ossoski
Professor Vitor Hugo Ossoski (Cebolão)
Professor Edmar Lippmann (Charutinho)
Professora Ruth Lippmann
Professor Luiz Augusto Kleinmayer (Guto)
Professor Rodrigo Xavier (Bolinha)
Professor Lucio Rodriguez
Professor Guilherme Almeida (Guima)
Professor Wagner Luiz de Menezes

Nenhum comentário:

Postar um comentário